top of page

Plantas Tóxicas

 

Nesta categoria de Plantas Tóxicas, você encontrará fichas detalhadas sobre espécies ornamentais que, apesar de sua beleza, apresentam partes potencialmente perigosas para pessoas e animais. Aqui, destacamos plantas reconhecidas pelo visual marcante, mas que requerem cuidados especiais no cultivo e no paisagismo residencial ou público.Navegue e descubra quais plantas devem ser manipuladas com atenção redobrada, conheça seus principais riscos e dicas para manter seu jardim seguro e belo. Perfeito para quem deseja aliar beleza e responsabilidade na escolha das espécies ornamentais.

philodendron-maximum-flores.jpg
philodendron-maximum-5.jpg
philodendron-maximum-2.jpg

Filodendro-gigante

Philodendron maximum

Ficha Técnica

Nome Botânico: 

Philodendron maximum

Nome Popular: Filodendro-gigante

Luminosidade: Luz DifusaLuz FiltradaMeia Sombra

Origem: América do SulBolíviaBrasilColômbiaEquadorPeru

Clima: EquatorialTropical

Ciclo de Vida: Perene

Altura: 1.8 a 2.4 metros2.4 a 3.0 metros3.0 a 3.6 metros3.6 a 4.7 metros

Família: Araceae

Cuidado

O Philodendron maximum, assim como outras espécies de aráceas, contém cristais de oxalato de cálcio e seiva tóxica que podem causar irritação severa nas mucosas orais, edema na língua e garganta, e distúrbios gastrointestinais quando ingerido. Mantenha longe do alcance de crianças pequenas e animais domésticos.

O Filodendro-gigante (Philodendron maximum) é uma planta hemiepífita, de folhagem ornamental, da família Araceae, destacando-se pela imponência de suas folhas e seu valor paisagístico tanto em ambientes internos quanto em jardins tropicais. Ícone entre os colecionadores de aráceas, o Philodendron maximum figura entre as espécies mais cobiçadas graças à sua imponência e à rara beleza de sua folhagem. Além disso, ele se destaca como uma escolha interessante entre paisagistas que buscam espécies de grande impacto para projetos contemporâneos e tropicais.

O Philodendron maximum é nativo da América do Sul, sendo encontrado predominantemente em regiões tropicais da Colômbia, Bolívia, Equador, Peru e Brasil. Seu habitat natural inclui a floresta tropical úmida, com baixa a média altitude (108 a 800 metros), e onde o clima é tipicamente quente, com umidade relativa elevada. Essas condições ambientais são ideais para o seu desenvolvimento vigoroso, com luminosidade filtrada pelo dossel da floresta e solos ricos em matéria orgânica. A espécie prefere locais com temperaturas constantes e alta pluviosidade ao longo do ano, estabelecendo-se frequentemente como epífita sobre árvores ou como planta terrestre em solos bem drenados e férteis.

O nome botânico Philodendron maximum tem origem no grego, onde “philo” significa “amor” e “dendron” quer dizer “árvore”, traduzindo-se livremente como “amigo da árvore”, em referência ao hábito de vida epífito ou trepador da maioria das espécies do gênero. O epíteto específico “maximum” vem do latim e refere-se ao seu porte grandioso, notavelmente maior em comparação a outras espécies do mesmo gênero. A espécie foi formalmente descrita por Kurt Krause, botânico alemão especializado em Araceae.

O Philodendron maximum é uma espécie hemiepífita de grande porte, iniciando sua vida tanto no solo quanto sobre árvores, onde se fixa inicialmente como plântula e posteriormente desenvolve raízes aéreas que descem em direção ao solo. Em seu estágio adulto, a planta apresenta caules curtos, espessos e parcialmente lenhosos, com entrenós de 2 a 4 centímetros de comprimento e de 6 a 9 centímetros de diâmetro. Estes caules têm coloração verde-oliva, superfície semi-brilhante e apresentam um leve achatamento em um dos lados. A textura é firme e compacta, característica necessária para suportar a grande massa foliar.

Foto de rob-westerduijn

As raízes adventícias do Philodendron maximum são espessas e vigorosas, emergindo do caule para proporcionar sustentação adicional e facilitar a absorção de nutrientes, especialmente em ambientes epífitos, como as bases persistentes das folhas da palmeira Attalea phalerata, que acumula grande quantidade de húmus. Esta relação ecológica fornece ao Philodendron maximum acesso a nutrientes superiores aos do solo comum, contribuindo para seu crescimento impressionante.

Os catáfilos, que são as estruturas que protegem as folhas jovens durante o desenvolvimento, possuem formato “D” com duas costelas marginais elevadas e agudas. Medem entre 35 e 49 centímetros de comprimento e exibem coloração verde-médio a escura, com tonalidades róseas ou vermelhas na base. Após a abertura da nova folha, os catáfilos persistem semi-intactos, tornando-se fibrosos e de cor marrom-escura conforme envelhecem.

As folhas adultas do Philodendron maximum são massivas, apresentando lâminas foliares de forma variando de ovada-sagitada a triangular-sagitada. O comprimento das lâminas varia entre 67 e 165 centímetros, com larguras de 30 a 82 centímetros, podendo atingir excepcionalmente até 100 centímetros de largura em exemplares notáveis. A superfície adaxial das folhas é de verde-escuro moderadamente brilhante, enquanto a superfície abaxial é mais pálida e matte. A textura das folhas é subcoriácea, ou seja, ligeiramente menos espessa que o couro, mas ainda robusta e firme ao toque.

O ápice da folha é abruptamente acuminado, e a base é profundamente lobada, com lóbulos posteriores voltados para a base e frequentemente sobrepostos, formando um seio que pode ser fechado ou apenas estreito. O seio entre os lobos mede entre 24 e 32 centímetros de profundidade. As margens das lâminas são marcadamente onduladas e suavemente sinuosas, conferindo um aspecto ornamental característico.

Foto de marcosfelixwildlife

pecíolo, responsável por sustentar a lâmina foliar, é de seção transversal em forma de “D” ou “U”, com bordas eretas e coloração verde-médio a escura, exibindo manchas roxas próximas à base e um discreto anel roxo no ápice. Este pecíolo é semibrilhante, com textura macia e esponjosa, medindo entre 85 e 134 centímetros de comprimento. A sua espessura varia de 2,5 a 2,7 centímetros na região mediana e de 1,5 a 1,7 centímetros no ápice.

inflorescência do Philodendron maximum é ereta e robusta, surgindo de uma a duas por axila em plantas adultas bem desenvolvidas. Cada inflorescência é sustentada por um pedúnculo verde-médio a escuro, semi-brilhante e discretamente estriado, medindo entre 27 e 37 centímetros de comprimento e 1,5 a 2 centímetros de diâmetro. A espata, estrutura que protege o espádice, é semi-ereta, com comprimento variando entre 17 e 25 centímetros e largura de 2,5 a 4 centímetros. Externamente, apresenta coloração verde-médio a escura, ligeiramente mais clara na lâmina; internamente, a região do tubo é intensamente avermelhada, transicionando abruptamente para o branco próximo à lâmina superior. A espata abre-se levemente abaixo do meio durante a antese.

O espádice mede entre 16 e 23,5 centímetros de comprimento, apresentando uma parte feminina de 4,5 a 9 centímetros de comprimento e uma parte masculina de 11 a 14 centímetros, com uma zona estéril intermediária de aproximadamente 7 milímetros de extensão. A porção feminina do espádice é de coloração branco-cremosa, com estigmas que escurecem para marrom à medida que envelhecem. Os frutos, do tipo baga, são amarelo-acastanhados a amarelados e emitem um odor forte quando maduros.

O Philodendron maximum ocupa uma posição privilegiada no paisagismo tropical devido ao seu porte monumental e à aparência exótica de suas folhas. É especialmente valorizado em projetos de composição de grandes jardins botânicos, parques e praças urbanas tropicais, jardins de hotéis e resorts em regiões quentes e úmidas. Sua utilização é indicada para áreas sombreadas ou de meia-sombra, onde pode expressar plenamente sua beleza sem o risco de danos provocados pela radiação solar direta excessiva.

Foto de fluviatilis765

No paisagismo, o Philodendron maximum é frequentemente empregado como planta focal, sendo o centro de atenção em composições tropicais que privilegiam texturas foliares marcantes e volumes esculturais. Seu hábito de crescimento moderadamente escandente também permite que seja conduzido em estruturas verticais, como pérgulas ou troncos artificiais revestidos de fibra de coco, simulando seu comportamento hemiepífito natural.

Quando cultivado em ambientes internos, o Philodendron maximum transforma-se em uma peça viva de decoração sofisticada e de impacto. Seu uso em interiores, porém, exige adaptações específicas. Devido ao seu tamanho potencialmente gigantesco, exemplares jovens ou conduzidos em poda de formação são os mais indicados para espaços residenciais e comerciais. É amplamente utilizado em grandes halls de entrada, áreas de recepção, átrios de edifícios corporativos, shopping centers e ambientes residenciais de conceito aberto com pé-direito alto.

Em interiores, o Philodendron maximum deve ser posicionado próximo a fontes de luz natural indireta, como janelas orientadas para leste ou norte, evitando exposição direta aos raios solares que poderiam queimar suas folhas sensíveis. Devido ao seu porte, vasos grandes e resistentes são indispensáveis, idealmente com estrutura de suporte interna para permitir o crescimento escandente natural. Além de sua função estética, o Philodendron maximum contribui significativamente para a qualidade do ar interior, absorvendo compostos voláteis e aumentando a umidade relativa do ambiente, efeitos reconhecidos em diversas espécies do gênero Philodendron.

O Filodendro Gigante, com suas impressionantes folhas que podem alcançar 2 metros de comprimento, é uma escolha espetacular para paisagismo em regiões de clima tropical e subtropical. Este filodendro gigante cria um impacto visual extraordinário quando utilizado como elemento focal em jardins de inspiração tropical ou em áreas que necessitam de plantas de grande porte.

Foto de vincentvosriberalta

Em jardins botânicos e espaços públicos com clima adequado, o Philodendron maximum torna-se rapidamente um ponto de atração, especialmente quando posicionado próximo a lagos ou cursos d’água onde sua magnificência pode ser refletida na superfície aquática. Em composições paisagísticas, funciona excepcionalmente bem quando plantado em conjunto com palmeiras, especialmente espécies com bainhas foliares persistentes, recriando assim seu habitat natural.

Em projetos residenciais de grande porte, o Philodendron maximum pode ser utilizado para criar áreas de sombra parcial devido às suas enormes folhagens, além de proporcionar um senso de privacidade quando plantado estrategicamente. Seu hábito hemiepífito permite que seja introduzido junto a árvores estabelecidas, onde pode gradualmente escalar e criar interessantes efeitos visuais.

No paisagismo institucional, especialmente em resorts e hotéis em regiões tropicais, esta espécie confere instantaneamente uma atmosfera luxuriante e exótica, transportando os visitantes para uma experiência semelhante à floresta tropical.

Na decoração de interiores, o Philodendron maximum representa verdadeiramente um exercício de ousadia e impacto visual. Devido ao seu tamanho extraordinário, esta espécie é reservada para espaços amplos com pé-direito elevado, como lobbies corporativos, átrios de hotéis, shopping centers e residências com arquitetura contemporânea que dispõem de grandes espaços internos. Em tais ambientes, um único exemplar pode transformar completamente a atmosfera de um espaço vazio, criando um ponto focal dramático que impressiona instantaneamente os visitantes. Colecionadores adeptos do “Urban Jungle” precisam reservar espaço considerável para um exemplar magnífico com este filodendro.

Para acomodar seu tamanho significativo em interiores, é essencial disponibilizar grandes cachepôs ou jardineiras com capacidade mínima de 100 litros, preferencialmente fabricados em materiais resistentes como concreto ou cerâmica de alta qualidade, capazes de suportar o peso considerável da planta e do substrato. Estruturas robustas de tutoramento, muitas vezes disfarçadas com elementos naturais como troncos de fibra de coco ou totens especiais, são necessárias para suportar seu crescimento vertical.

Foto de Chhe

Em espaços corporativos ou institucionais com iluminação zenital natural, como de uma grande clarabóia, o Philodendron maximum pode prosperar por muitos anos, adicionando um elemento biofílico poderoso que conecta os ocupantes com a natureza mesmo em ambientes urbanos repletos de construções.

O Philodendron maximum apresenta grande adaptabilidade, prosperando sob luz indireta brilhante a média, mas também tolera sombra parcial. Em ambientes internos, posições próximas a janelas amplas voltadas para leste ou oeste frequentemente oferecem o equilíbrio ideal de luminosidade, protegendo a planta da incidência solar direta que pode queimar suas majestosas folhas.

Como uma espécie genuinamente tropical, prospera em zonas USDA 10 a 12, onde as temperaturas raramente caem abaixo de 15°C. A faixa de temperatura ideal para seu desenvolvimento vigoroso situa-se entre 22°C e 28°C, com tolerância a picos ocasionais de até 35°C desde que a umidade seja adequada. Esta espécie é particularmente sensível a temperaturas abaixo de 10°C, que podem causar danos irreversíveis aos tecidos foliares e potencialmente levar à morte da planta.

O solo ideal de cultivo deve ser rico em matéria orgânica, profundo e com excelente drenagem, replicando as condições encontradas nas florestas tropicais onde esta espécie frequentemente cresce na natureza. Uma mistura recomendada para jardins inclui partes iguais de terra de jardim enriquecida, composto bem decomposto, casca de pinus triturada e areia grossa. O pH deve ser ligeiramente ácido a neutro, entre 5,5 e 7,0, favorecendo a absorção adequada de nutrientes.

Em vasos e jardineiras, o substrato deve priorizar ainda mais a drenagem eficiente enquanto mantém umidade moderada. Uma formulação eficaz consiste em 40% de terra vegetal, 20% de fibra de coco, 20% de casca de pinus ou chips de madeira, 10% de perlita ou argila expandida, e 10% de carvão vegetal ou casca de arroz carbonizada. Esta composição proporciona a aeração necessária para as raízes enquanto retém nutrientes suficientes para o desenvolvimento saudável.

Foto de fluviatilis765

O regime de regas para o Philodendron maximum deve seguir o princípio “molhar bem, mas deixar secar parcialmente”. Durante o período de crescimento ativo (primavera e verão), a rega deve ser regular, permitindo que apenas os primeiros centímetros do substrato sequem entre as aplicações. No inverno, reduz-se significativamente a frequência, especialmente em regiões onde as temperaturas são mais baixas. A umidade excessiva é particularmente prejudicial, podendo levar ao apodrecimento das raízes.

Para que desenvolva seu máximo potencial de porte e beleza, adubação deste filodendro gigante deve ser generosa durante a fase de crescimento ativo, utilizando fertilizantes balanceados com maior proporção de nitrogênio (NPK 3-1-2 ou similar). Aplicações mensais na primavera e verão, reduzindo para trimestrais no outono e suspendendo durante o inverno, estabelecem um regime nutricional adequado. Complementarmente, a aplicação semestral de composto orgânico ou húmus de minhoca na superfície do substrato beneficia o desenvolvimento de longo prazo. O uso doe cobertura morta (mulching), ajuda a manter a aeração, umidade e fertilidade do solo por mais tempo.

O tutoramento é essencial para o cultivo adequado desta espécie hemiepífita. Em ambientes internos ou jardins, estruturas robustas como totens de fibra de coco, estacas de madeira resistente à umidade ou suportes metálicos recobertos com materiais orgânicos proporcionam o apoio necessário. As raízes aéreas devem ser direcionadas para o substrato ou para o totem, onde podem se fixar naturalmente.

A umidade atmosférica ideal situa-se acima de 60%, especialmente importante para exemplares mantidos em interiores. Em ambientes secos, humidificadores, bandejas com pedras e água, ou nebulizações regulares sobre as folhas são estratégias eficazes para aumentar a umidade relativa do ar em torno da planta.

Foto de marcosfelixwildlife

As podas são raramente necessárias além da remoção de folhas danificadas ou senescentes. Quando realizadas, devem utilizar ferramentas esterilizadas e cortes limpos próximos à base do pecíolo, evitando danos ao caule principal. A aplicação de canela em pó ou pasta bordalesa nos cortes previne infecções fúngicas.

A manutenção regular inclui limpeza das folhas com pano úmido para remover poeira, melhorando a capacidade fotossintética e a aparência estética. Inspeções regulares para detecção precoce de problemas fitossanitários também são fundamentais para o manejo preventivo.

O Philodendron maximum não tolera geadas sob qualquer circunstância, sofrendo danos irreversíveis mesmo com exposição breve a temperaturas próximas ou abaixo de zero. Em regiões subtropicais marginais, a proteção durante períodos frios é absolutamente necessária, seja através da instalação temporária de estruturas como estufas portáteis ou mantas térmicas.

A resistência à seca é moderada para uma planta tropical, podendo suportar períodos curtos sem irrigação, especialmente exemplares maduros com sistema radicular bem estabelecido. No entanto, secas prolongadas resultam em murchamento, amarelecimento foliar e eventualmente perda de folhas. A tolerância ao frio limita-se a temperaturas não inferiores a 10°C, abaixo das quais ocorrem danos celulares manifestados inicialmente como manchas escurecidas nas folhas.

Quanto à exposição aos ventos, o Philodendron maximum mostra vulnerabilidade moderada a alta, principalmente devido ao tamanho considerável de suas folhas que oferecem grande resistência às correntes de ar. Ventos fortes podem rasgar as folhas ou causar torção dos pecíolos, comprometendo a estética e potencialmente a saúde da planta. Em áreas propensas a ventos constantes, o posicionamento próximo a barreiras naturais ou artificiais é recomendável.

Em ambientes internos com ar condicionado, a principal preocupação refere-se à baixa umidade relativa do ar geralmente associada a estes sistemas. A manutenção de umidade adequada através de umidificadores ou nebulizações frequentes é essencial para evitar ressecamento das bordas foliares e surgimento de pontas necróticas. Correntes diretas de ar frio provenientes de aparelhos de ar condicionado devem ser estritamente evitadas.

Embora possa ser cultivada em regiões litorâneas, a exposição direta à brisa marinha carregada de sal pode causar necrose nas bordas das folhas. Em jardins próximos ao mar, o posicionamento protegido por vegetação mais resistente à salinidade é recomendado para minimizar danos.

Foto de Chhe

O Philodendron maximum, assim como outras espécies da família Araceae, contém cristais de oxalato de cálcio e compostos químicos defensivos que o tornam naturalmente tóxico e resistente a herbivoria. No entanto, certas pragas específicas podem afetar seu desenvolvimento. Cochonilhas, tanto farinhentas quanto escamas, representam uma das principais ameaças, colonizando preferencialmente a face inferior das folhas e ao longo das nervuras. O controle pode ser realizado através de limpeza manual com solução de água e sabão neutro em infestações iniciais, progredindo para óleos ou inseticidas sistêmicos em casos mais severos.

Ácaros, especialmente o ácaro-rajado (Tetranychus urticae), tornam-se problemáticos em condições de baixa umidade, manifestando-se através de pontuações amareladas nas folhas e fina teia na face inferior. O aumento da umidade atmosférica e aplicações de óleo de neem, ou acaricidas, são estratégias efetivas de controle em estágios iniciais. Tripes e pulgões ocasionalmente atacam novas brotações e folhas jovens, causando deformações e encarquilhamento. Seu controle pode ser realizado com inseticidas naturais à base de piretrinas ou predadores naturais como joaninhas em jardins.

Entre as doenças, destacam-se as podridões radiculares causadas por Phytophthora sp. e Pythium sp., favorecidas por excesso de irrigação e substrato mal drenado. A prevenção através de manejo hídrico adequado e substrato bem drenado constitui a estratégia mais efetiva. Manchas foliares fúngicas, particularmente causadas por Colletotrichum sp. e Cercospora sp., podem surgir em condições de alta umidade combinada com ventilação insuficiente. O tratamento inclui remoção de folhas afetadas, melhoria da circulação de ar e aplicação de fungicidas à base de cobre ou sistêmicos em casos mais graves.

propagação do Philodendron maximum pode ser realizada através de diferentes métodos, sendo a divisão de touceiras e o enraizamento de estacas caulinares os mais eficientes. A divisão deve ser realizada preferencialmente na primavera, quando exemplares maduros desenvolvem brotos laterais com raízes próprias. A separação cuidadosa destes brotos, garantindo que cada porção contenha raízes saudáveis e ao menos um ponto de crescimento, resulta em novos indivíduos estabelecidos mais rapidamente do que outros métodos de propagação.

O enraizamento de estacas caulinares exige secções de 15-20cm contendo ao menos um  e preferencialmente uma gema axilar ou aérea. Estas estacas devem ser tratadas com hormônio enraizador (ácido indolbutírico a 0,1-0,2%) e plantadas em substrato leve composto principalmente de perlita, vermiculita e fibra de coco em partes iguais. Mantidas em ambiente úmido e quente (25-28°C), com iluminação indireta, as estacas desenvolvem raízes em aproximadamente 4-6 semanas.

A propagação por sementes é raramente praticada fora de instituições especializadas devido à dificuldade de obtenção e baixa viabilidade das sementes. Quando disponíveis, devem ser semeadas imediatamente após colheita e despolpamento em substrato estéril mantido constantemente úmido a temperaturas entre 24-28°C. A germinação ocorre de forma irregular ao longo de 1-3 meses, e o desenvolvimento inicial é extremamente lento.

urtica-dioica.jpg
urtica-dioica-1.jpg
urtica-dioica-female-flower-1.jpg

Urtiga

Urtica dioica

Ficha Técnica

Nome Botânico: 

Urtica dioica

Sinonímia: Urtica galeopsifolia, Urtica major, Urtica javalambrensis, Urtica hispida

Nome Popular: Urtiga

Outros Nomes: Urtigão, Urtiga-comum, Urtiga-maior, Urtiga-mansa, Urtiga-vermelha, Ortiga

Luminosidade: Meia SombraSol Pleno

Origem: ÁfricaÁsiaEuropa

Clima: MediterrâneoOceânicoSubtropicalTemperado

Ciclo de Vida: Perene

Altura: 0.9 a 1.2 metros1.2 a 1.8 metros1.8 a 2.4 metros

Família: Urticaceae

Cuidado

A Urtiga possui toxicidade considerada baixa. Os tricomas presentes nas folhas e caules liberam compostos irritantes como ácido fórmico, histamina, acetilcolina e serotonina, que causam ardência e coceira (urticaria) ao contato com a pele, efeito que desaparece após secagem ou cocção. As folhas maduras podem conter cistolitos, partículas de carbonato de cálcio com potencial irritativo renal, sendo preferível o uso das folhas jovens em preparações internas. A planta pode interagir com medicamentos para diabetes, hipertensão e depressores do sistema nervoso central. É contraindicada durante a gravidez devido ao risco de estimular contrações uterinas, e deve ser usada com cautela na lactação. Efeitos adversos incluem irritação gástrica, diurese excessiva e reações alérgicas em indivíduos sensíveis.

Planta medicinal

Indicações: Artrite, reumatismo, dores musculares, gota, anemia, eczema, febre do feno, rinite alérgica, hipertrofia prostática benigna (HPB), cistite, uretrite, nefrites leves, hemorragias internas leves, hemorroidas, asma, bronquite, tosse produtiva, diabetes mellitus tipo 2, diarreia, escorbuto, picadas de insetos, tuberculose, estados febris, distúrbios hepáticos leves, distúrbios digestivos, problemas dermatológicos, distúrbios menstruais, lactação insuficiente e como adjuvante em terapias imunomoduladoras.

Propriedades: Antiasmática, antirreumática, anticaspa, antisseborreica, adstringente, depurativa, diurética, galactagoga, hemostática, hipoglicemiante, tônica, anti-inflamatória, antioxidante, antisséptica, expectorante, analgésica leve, vasodilatadora periférica, sudorífica, colerética e estimulante do metabolismo.

Partes Utilizadas: Folhas jovens, colhidas antes da floração, pois apresentam maior concentração de compostos ativos e menor toxicidade; as raízes, particularmente eficazes no tratamento de distúrbios prostáticos e urinários; e, em menor escala, as sementes e o caule jovem subterrâneo. As folhas são usadas secas ou frescas na preparação de chás, infusões, decocções, extratos fluidos, tinturas e pomadas. A raiz é geralmente utilizada em forma de extrato seco padronizado ou tintura alcoólica, sendo frequentemente associada a outras espécies em fitoterápicos voltados à saúde masculina. As sementes são menos exploradas, mas apresentam uso tradicional como tônicas e diuréticas.

A Urtiga (Urtica dioica) é uma planta herbácea, da família Urticaceae e cosmopolita, amplamente conhecida por suas propriedades medicinais, mas principalmente por seus pelos urticantes, que provocam irritação instantânea na pele e mucosas. Com registros que remontam à Antiguidade, a Urtica dioica foi amplamente valorizada por civilizações como os gregos e romanos, tanto por suas propriedades medicinais quanto por seu uso têxtil e ritualístico, evidenciando sua profunda relevância ao longo dos séculos.

O nome do gênero Urtica deriva do latim “urere”, que significa “queimar”, uma referência direta à sensação de ardência provocada pelos tricomas urticantes presentes na planta. Já o epíteto específico “dioica” indica a característica botânica de apresentar flores masculinas e femininas em indivíduos separados, ou seja, trata-se de uma espécie dióica.

A origem geográfica de Urtica dioica é atribuída às regiões temperadas da Europa, Ásia e norte da África. No entanto, devido à sua adaptabilidade e capacidade de colonização, a espécie foi introduzida e naturalizada em diversas partes do mundo, incluindo América do Norte, América do Sul, Austrália e Nova Zelândia.

Urtigas

O habitat preferencial da urtiga inclui áreas úmidas e ricas em matéria orgânica, como margens de rios, clareiras de florestas, terrenos baldios e áreas perturbadas. A planta é nitrofílica, prosperando em solos férteis, com pH entre 5,6 e 7,6, frequentemente encontrados em locais enriquecidos por atividades humanas, como agricultura e desenvolvimento urbano.

A Urtiga é uma planta perene que pode atingir alturas entre 0,9 e 2 metros durante o verão, e morrendo até o solo no inverno temperado e frio. O sistema radicular é composto por rizomas e estolões amarelos, que se espalham horizontalmente, permitindo a formação de colônias densas.

Seu caule é ereto, verde, de seção quadrangular e pode apresentar coloração avermelhada ou amarelada. É oco nos entrenós e recoberto por tricomas urticantes, que contêm substâncias como ácido fórmico (sim, o mesmo ácido das formigas!), histamina, acetilcolina e serotonina, responsáveis pela irritação cutânea ao contato.

Tricomas urticantes de Urtica dioica em detalhe. Foto de Jerome Prohaska

As folhas são opostas, ovais a lanceoladas, com margens serrilhadas e ápice pontiagudo. Medem entre 3 e 20 centímetros de comprimento e possuem uma textura rugosa. Assim como o caule, as folhas são cobertas por tricomas urticantes, especialmente concentrados nas nervuras e margens.

inflorescência de Urtica dioica é do tipo panícula, com flores pequenas, unissexuais e dispostas em racemos pendentes que emergem das axilas das folhas superiores. As flores masculinas possuem um perianto com quatro segmentos verdes e quatro estames que se curvam para dentro no botão floral, estendendo-se rapidamente ao abrir, liberando o pólen de forma explosiva, característica adaptada à polinização anemófila. Elas podem ser avermelhadas ou bronzeadas. Já as flores femininas apresentam um perianto semelhante, contendo um único carpelo com estigma em forma de pincel, também adaptado à polinização pelo vento. As flores femininas geralmente são brancas ou esverdeadas.​

A floração ocorre principalmente entre junho e outubro no hemisfério norte, com variações dependendo da subespécie e das condições climáticas locais. Após a polinização, desenvolvem-se frutos do tipo aquênio, pequenos, secos e indeiscentes, contendo uma única semente. As sementes são pequenas e leves, permitindo dispersão eficiente pelo vento e pela água. A germinação pode ocorrer poucos dias após a maturação, e as sementes podem permanecer viáveis no solo por vários anos, formando um banco de sementes persistente.

Flores carpeladas (femininas) de Urtica dioica. Foto de Melanie Shaw

Apesar de formalmente suas origens serem no velho mundo, a espécie Urtica dioica apresenta diversas subespécies naturais amplamente distribuídas em todo o mundo, cada uma adaptada a condições ecológicas específicas.​

  • Urtica dioica subsp. dioica: Distribuída amplamente pela Europa, Ásia temperada e norte da África. É a subespécie típica e mais estudada, caracterizada pela presença de tricomas urticantes.

  • Urtica dioica subsp. gracilis: Nativa da América do Norte, do Alasca ao México. Apresenta hábito semelhante à subsp. dioica com variações na densidade de tricomas, sendo por vezes considerada uma espécie distinta (Urtica gracilis).

  • Urtica dioica subsp. holosericea: Ocorrente no oeste da América do Norte, incluindo Califórnia e regiões montanhosas. Distingue-se por seus pelos sedosos e é frequentemente classificada como variedade de U. gracilis.

  • Urtica dioica subsp. afghanica: Encontrada no sudoeste e centro da Ásia, particularmente no Afeganistão. Pode apresentar ou não tricomas urticantes, o que a torna relevante para estudos morfológicos e taxonômicos.

  • Urtica dioica subsp. gansuensis: Endêmica do leste da Ásia, especialmente da província chinesa de Gansu. Apresenta tricomas urticantes e adaptações específicas ao clima continental.

  • Urtica dioica subsp. sondenii: Com distribuição na Escandinávia e norte da Ásia, é adaptada a climas frios e apresenta características foliares e reprodutivas distintas, como flores mais compactas.

  • Urtica dioica subsp. subinermis: Encontra-se em partes do sul e leste da Europa. É notável por apresentar tricomas não urticantes ou muito escassos, o que sugere uma tendência evolutiva em direção à perda dessa característica defensiva.

  • Urtica dioica subsp. pubescens (ou subsp. galeopsifolia): Comum em áreas úmidas e sombreadas da Europa. Conhecida como “urtiga sem ardência” ou “fen nettle”, não possui tricomas urticantes. É um exemplo de convergência ecológica, ocupando nichos semelhantes aos da subsp. dioica, porém com menor defesa química.

  • Urtica dioica subsp. kurdistanica: Originária da região do Curdistão, incluindo partes do Irã, Iraque e Turquia. Apresenta características morfológicas intermediárias entre outras subespécies asiáticas.

  • Urtica dioica var. glabrata: Presente em diferentes regiões da Europa central. Caracteriza-se pela ausência de tricomas glandulares e folhagem mais lisa, podendo apresentar menor poder urticante.

  • Urtica dioica var. hispida: A distribuição nativa desta variedade abrange os Pireneus, os Alpes do Sul, a Albânia e a Córsega. Seu nome refere-se à presença acentuada de pelos ásperos e rígidos nas folhas e caules.

  • Urtica dioica var. sarmatica: Com distribuição do leste da Alemanha até oeste da Ucrânia. É reconhecida por suas características morfológicas peculiares, como inflorescências mais densas e coloração foliar levemente acinzentada.

Planta masculina, evidenciando flores estaminadas. Foto de Bruce Kirchoff

A Urtica dioica tem importância histórica e cultural milenar em diversas sociedades. Hipócrates já descrevia dezenas de usos para a planta, evidenciando seu papel na medicina da Grécia Antiga. Romanos aplicavam urtigas na pele para estimular a circulação e combater o frio, uma prática conhecida como “urticamento”, que antecipa técnicas terapêuticas modernas.

Durante a Idade Média, a urtiga era cultivada em hortos medicinais por monges, sendo usada como diurético, anti-hemorrágico e para tratar dores articulares. Na Europa Central e do Norte, também tinha valor simbólico e mágico. Em tradições celtas e eslavas, acreditava-se que protegia contra o “mau-olhado” e espíritos malignos. Ramos secos eram pendurados em portas e janelas para purificação espiritual.

A planta também aparece na literatura folclórica. No conto “Os Cisnes Selvagens”, de Hans Christian Andersen, a urtiga é usada para confeccionar camisas que quebrariam um feitiço, simbolizando cura e sacrifício. De fato, seu uso têxtil tem base real: análises arqueobotânicas revelam o uso de fibras de urtiga na confecção de roupas há mais de dois mil anos. Durante a Primeira Guerra Mundial, a Alemanha explorou essa propriedade como substituto do algodão.

Frutos em formação. Urtica dioica. Foto de Scott Zona

Culturalmente redescoberta, a urtiga tem hoje papel crescente em movimentos de alimentação sustentável e fitoterapia. Em países como Alemanha e Suíça, são realizados festivais culinários na primavera com pratos preparados a partir de folhas jovens. No campo da pesquisa científica, compostos bioativos extraídos da Urtica dioica têm sido alvo de interesse crescente.

Substâncias como a histamina, acetilcolina, serotonina e flavonoides presentes nos tricomas e tecidos da planta são estudadas por suas propriedades farmacológicas, com potenciais aplicações no tratamento de hiperplasia prostática benigna, artrite reumatoide, e controle glicêmico em diabéticos. A integração entre o saber tradicional e a pesquisa moderna reforça a importância dessa planta milenar como recurso biológico e medicinal de elevado valor.

No jardim, a urtiga desempenha múltiplos papéis que, além de seu valor ecológico, oferece benefícios nutricionais, medicinais e agronômicos, sendo uma adição valiosa a jardins e hortas sustentáveis. Como planta alimentícia não convencional (PANC), a Urtica dioica destaca-se pelo seu valor nutricional, com folhas jovens ricas em vitaminas A, K e C, ferro, cálcio e proteínas (25% da massa seca).

Sopa de Urtiga

Após o cozimento, que inativa os tricomas urticantes responsáveis pela sensação de ardência, essas folhas tornam-se seguras e versáteis na alimentação. Em países como Alemanha, Rússia e Irlanda, a urtiga é tradicionalmente utilizada em sopas nutritivas, tortas, omeletes e infusões. Na Itália, integra risotos e massas artesanais, enquanto no Reino Unido é base para uma antiga cerveja fermentada.

Em hortas medicinais, a urtiga é cultivada por suas propriedades terapêuticas. Suas folhas e raízes são utilizadas em fitoterapia para tratar condições como artrite, dores musculares e problemas urinários. Além disso, a planta é empregada na produção de extratos e infusões com propriedades anti-inflamatórias e diuréticas. ​

A urtiga também é valiosa em canteiros mistos, contribuindo para a biodiversidade do jardim. Ela é essencial como planta hospedeira para borboletas da família Nymphalidae, como a borboleta-pavão (Aglais io) e a Borboleta-tartaruga-pequena (Aglais urticae). Sua presença em ecossistemas indica boa saúde ambiental e promove biodiversidade. Suas raízes ajudam na recuperação de solos pobres, e a planta ainda atua como bioindicadora de solos ricos em nitrogênio e fósforo.

Urtiga e Borboleta-tartaruga-pequena

Além disso, a urtiga é utilizada na agricultura orgânica como biofertilizante. A maceração de suas folhas resulta em um extrato rico em nutrientes, especialmente nitrogênio, que pode ser aplicado como adubo líquido para estimular o crescimento das plantas. Esse extrato também atua como repelente natural de pragas.

A urtiga prefere solos ricos em matéria orgânica, com boa drenagem e pH variando entre 5,0 e 8,0, sendo ideal entre 6,0 e 7,0. Solos argilosos ou franco-argilosos, bem estruturados e com alta disponibilidade de nitrogênio, favorecem seu desenvolvimento. A planta é tolerante a uma ampla gama de pH, desde que o solo seja fértil e mantenha umidade adequada. Evita-se solos encharcados ou sujeitos a alagamentos prolongados, pois a urtiga não tolera condições de falta de oxigênio nas raízes por longos períodos.​

A urtiga cresce tanto a pleno sol quanto em sombra parcial. Em ambientes sombreados, a planta pode apresentar crescimento mais lento, mas ainda assim é capaz de se desenvolver satisfatoriamente. A temperatura ideal para o crescimento situa-se entre 20°C e 25°C, com germinação eficiente ocorrendo entre 15°C e 20°C. A urtiga é resistente a baixas temperaturas, suportando geadas e temperaturas próximas de 0°C, sendo classificada como resistente ao frio. A espécie prefere ambientes com umidade relativa entre 60% e 85%.​

Infusão de Urtiga

Ela pode ser propagada por sementes, divisão dos estolões ou rizomas. A semeadura direta deve ser realizada em solo bem preparado, com sementes levemente cobertas, pois necessitam de luz para germinar. A germinação ocorre em 10 a 21 dias, dependendo das condições ambientais. A propagação vegetativa por rizomas ou estolões é eficaz, especialmente para manter características específicas da planta. O plantio de rizomas deve ser feito a uma profundidade de 5 a 10 cm, com espaçamento adequado para permitir o desenvolvimento das plantas.​

irrigação deve manter o solo constantemente úmido, especialmente durante os estágios iniciais de crescimento. Em regiões com chuvas regulares, a irrigação suplementar pode ser mínima. A adubação com compostos ricos em nitrogênio é benéfica, promovendo o crescimento vigoroso da parte aérea da planta. A urtiga responde bem à adição de matéria orgânica e composto ao solo, principalmente estercos curtidos de animais como aves, coelhos e bovinos.​

poda regular das pontas dos brotos na primavera pode retardar a floração, prolongando o período de colheita das folhas jovens. A manutenção inclui a remoção de plantas indesejadas e o controle do crescimento excessivo, evitando que a urtiga se torne invasiva. O tutoramento geralmente não é necessário, pois a planta possui caule ereto e robusto.​ Evite manusear a planta sem luvas, para evitar irritações e ardência na pele. Ao preparar a planta como PANC ou para fins medicinais, lembre-se de escaldá-la ou fazer uma infusão, eliminando seu efeito tóxico antes da ingestão.

Folhas jovens podem ser colhidas com as mãos. Na dúvida o melhor é utilizar luvas. Foto de Kat

A Urtica dioica é resistente a diversas intempéries, incluindo geadas, ventos fortes e períodos curtos de seca. Sua capacidade de adaptação a diferentes condições ambientais a torna uma planta robusta e de fácil cultivo, que muitas vezes até escapa ao cultivo e é encontrada em terrenos baldios. A presença de tricomas urticantes nas folhas e caules confere proteção contra herbivoria, desencorajando o consumo por animais.​

A urtiga também é relativamente resistente a pragas e doenças, embora possa ser afetada por algumas pragas específicas em condições de cultivo intensivo, como pulgões, cochonilhas e lagartas. A manutenção de boas práticas agrícolas, como rotação de culturas e controle de umidade, ajuda a prevenir problemas fitossanitários.​

A propagação por sementes requer estratificação a frio para quebrar a dormência, aumentando a taxa de germinação. A colheita das folhas pode começar cerca de 90 a 110 dias após a germinação. As folhas jovens são colhidas antes da floração, geralmente na primavera, para uso culinário ou medicinal. As raízes podem ser colhidas no outono ou início da primavera, quando a planta está em dormência.​

Guiné 4.jpg
Guiné.jpg
Guiné 3.jpg

Guiné

Petiveria alliacea

Ficha Técnica

Nome Botânico: 

Petiveria alliacea

Sinonímia: Petiveria tetrandra, Petiveria corrientina, Petiveria hexandria, Petiveria octandra, Petiveria paraguayensis, Petiveria foetida, Petiveria hexaglochin, Petiveria ochroleuca

Nome Popular: Guiné

Outros Nomes: Anamu, Andurinhas, Erva-de-santa-luzia, Gervão-branco Raiz-de-guiné, Erva-de-guiné, Pipi, Tipi, Erva-de-tipi, Raiz-do-congo, Amansa-senhor, Raiz-de-gambá, Raiz-de-conconha, Erva-de-alho, Gorarema, Caá, Paraacaca, Iratacaca, Gorana-timbó, Mucuracaá, Erva-de-pipi, Mucura-caa, Erva-pipi, Tipu, Tipuana, Atipim, Guine-fedegoso

Luminosidade: Meia SombraSol Pleno

Origem: América Central e InsularAmérica do SulAntilhasBolíviaBrasilColômbiaEquadorGuianaGuiana Francesa

Clima: EquatorialSubtropicalTropical

Ciclo de Vida: Perene

Altura: 0.3 a 0.4 metros0.4 a 0.6 metros0.6 a 0.9 metros0.9 a 1.2 metros

Família: Petiveriaceae

Cuidado

Apesar de seu amplo uso popular, a guiné possui toxicidade documentada, especialmente quando usada em doses elevadas ou de forma prolongada. Seus efeitos adversos incluem: distúrbios neurológicos, como tontura, sonolência excessiva, afasia, confusão mental, convulsões e, em casos extremos, coma e morte. Há registros históricos do uso da planta como veneno por escravizados no Brasil, o que lhe conferiu o nome popular “amansa-senhor”, associado a estados de torpor e imbecilidade induzida. Estudos indicam que o uso em gestantes deve ser absolutamente evitado, pois a planta pode ter efeito abortivo e emenagogo. Também não é recomendada para crianças, lactantes ou pessoas com distúrbios neurológicos, hepáticos ou renais. A utilização de guiné deve ser feita com cautela, sob orientação de profissional habilitado. O uso empírico e excessivo pode acarretar sérias consequências à saúde. Não deve ser combinada com medicamentos sedativos, anticonvulsivantes ou antidepressivos, sob risco de potencialização dos efeitos.

Planta medicinal

Indicações: dores reumáticas, artrite, inflamações, dores musculares, dor de cabeça, bronquite, asma, gripe, resfriado, tosse, febre, verminoses, distúrbios digestivos, flatulência, cólicas, infecções urinárias, cistite, dismenorreia, infecções respiratórias, hipertensão, diabetes, epilepsia, insônia, ansiedade, depressão leve, estresse, fadiga, problemas circulatórios, anemia, distúrbios hepáticos, úlceras gástricas, processos infecciosos, imunodeficiência, feridas, picadas de insetos, câncer (uso complementar e tradicional), parasitoses, infecções de pele, dor de dente e doenças inflamatórias em geral

Propriedades: analgésica, anti-inflamatória, antialérgica, antisséptica, antimicrobiana, antifúngica, antiviral, antiparasitária, vermífuga, imunoestimulante, expectorante, broncodilatadora, diurética, antiespasmódica, sedativa, ansiolítica, hipotensiva, hipoglicemiante, antioxidante, tônica, cicatrizante, hepatoprotetora, emenagoga, antipirética e anticancerígena (em estudos laboratoriais e uso tradicional).

Partes Utilizadas: folhas, raízes, caule, sementes, inflorescências (usos internos e externos)

A Guiné (Petiveria alliacea) é uma planta medicinal amplamente utilizada na medicina popular por suas propriedades anti-inflamatórias, analgésicas e espirituais, sendo valorizada em diversas culturas da América Latina, Caribe e África. Nativa das regiões tropicais das Américas, essa espécie se destaca por seu aroma característico de alho e pela presença marcante em rituais tradicionais e práticas de cura natural.

É uma espécie nativa da floresta amazônica e das regiões tropicais da América do Sul, América Central e Caribe. Foi amplamente distribuída desde a Flórida, México, Antilhas, passando pelo norte e litoral da Argentina, até a Bolívia, Colômbia, Peru e praticamente todas as regiões do Brasil, incluindo Amazônia, Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste. A planta não é nativa da África, mas foi introduzida lá e se popularizou. De acordo com Camargo (2007), a Petiveria alliacea teria sido levada à África no século XIX, por negros libertos que retornavam ao continente africano.

Seu habitat natural inclui áreas úmidas e sombreadas, beiradas de matas, campos abandonados e terrenos perturbados. Adapta-se bem em solos férteis, ricos em matéria orgânica, e é tolerante à meia-sombra. Essa ampla distribuição geográfica contribui para a variedade de nomes populares: anamu, mucura, tipi, erva-de-alho, raiz-de-guiné, entre muitos outros.

O nome do gênero Petiveria homenageia o botânico inglês James Petiver (1663–1718), notável por suas contribuições à botânica e entomologia. O epíteto específico alliacea refere-se ao odor característico de alho (Allium), liberado pelas folhas e raízes da planta ao serem esmagadas. O sinônimo botânico Petiveria tetrandra também é bastante reconhecido para a espécie.

Foto de Krzysztof Ziarnek, Kenraiz

A guiné é um subarbusto perene, sub-lenhoso, com crescimento ereto e ramificado, que atinge entre 20 a 100 cm de altura, . A base do caule apresenta textura semilenhosa, tornando-se mais herbácea nos ramos superiores, que são longos, delgados e ascendentes. O caule é cilíndrico, com epiderme composta por células irregulares, tricomas pluricelulares não glandulares e complexos estomáticos do tipo paracítico.

As raízes são fusiformes, ramificadas de forma irregular, com coloração variando de pardo-acinzentada clara a pardo-amarelada, e superfície com estrias longitudinais finas e cicatrizes verrucosas, conferindo um aspecto rugoso. Exalam odor forte e penetrante, semelhante ao do alho, devido à presença de compostos sulfurados.

As folhas são simples, alternadas, estipuladas, com textura membranácea a herbácea. Medem de 5 a 10 cm de comprimento por 2 a 6 cm de largura, têm formato oblongo-lanceolado, ápice acuminado e base cuneiforme. Os pecíolos são curtos e a nervura central é proeminente na face inferior (abaxial), com nervuras secundárias arqueadas. São discolores, sendo o verde mais escuro na face superior (adaxial).

A guiné apresenta inflorescências espiciformes, que podem ser axilares ou terminais, compostas por flores pequenas, brancas e sésseis, dispostas ao longo de um eixo central delgado. As flores são dióicas, ou seja, ocorrem plantas masculinas e femininas separadas. A floração é mais comum entre os meses de novembro e março, coincidindo com o período chuvoso nas regiões tropicais.

Detalhe das folhas.

As flores são hermafroditas (apesar da referência a indivíduos dióicos, há relatos contraditórios na literatura), com androceu formado por quatro estames (daí o nome tetrandra) e gineceu unicarpelar com ovário súpero. A polinização é entomófila, realizada por insetos atraídos pelo odor característico das flores e seus nectários. A frutificação ocorre entre abril e maio.

O fruto é um aquênio pequeno, cilíndrico, achatado e de bordas crenadas, que se desprende com facilidade da inflorescência após a maturação. As sementes são pequenas e duras, com capacidade de germinação relativamente alta quando em condições de umidade e temperatura ideais.

A guiné é amplamente valorizada na medicina tradicional das Américas por seus efeitos anti-inflamatórios, analgésicos, antimicrobianos e sedativos. Suas raízes e folhas concentram compostos bioativos como sulfurados, flavonoides e alcaloides, responsáveis por suas propriedades terapêuticas. É uma das plantas mais empregadas na fitoterapia popular e seu uso como planta medicinal é um dos principais fatores que sustentam seu cultivo em hortas e quintais tradicionais (veja no quadro ao lado sobre suas propriedades e indicações medicinais).

A guiné carrega consigo uma longa trajetória de uso permeada por significados simbólicos, religiosos e sociais. Seu uso remonta às culturas indígenas da Amazônia e se perpetuou por meio dos saberes afro-brasileiros, especialmente entre as populações descendentes de africanos escravizados. Segundo registros históricos, essa planta era conhecida como amansa-senhor, nome que alude à sua suposta utilização por escravos para causar debilidade física e mental nos senhores, por meio de envenenamento — fato que a torna uma espécie envolta em mistérios, medos e respeito.

Detalhe das flores. Foto de 阿橋 HQ

A guiné também é fortemente associada às práticas de cura espiritual, proteção e defumação, sendo usada em rituais de umbanda, candomblé, catimbó e benzimentos populares. Nessas práticas, acredita-se que ela atua contra o “mau-olhado”, energias negativas e entidades indesejadas, sendo considerada uma planta de poder, que limpa e protege o ambiente e o corpo.

Além disso, é mencionada em diversas fontes folclóricas e literárias como símbolo de resistência cultural e ancestralidade. Suas folhas são utilizadas em banhos, amuletos e rituais de passagem, o que amplia seu papel na cultura popular brasileira e caribenha.

Apesar de ser mais conhecida por suas propriedades medicinais e rituais, a guiné também pode ser utilizada com sucesso em jardins de ervas medicinais, jardins de cura e hortas agroecológicas. Por ser uma planta rústica, adaptável e de fácil propagação por sementes e estacas, é ideal para canteiros sombreados, pequenas cerca vivas e bordaduras.

Seu porte médio e sua folhagem densa e aromática tornam a guiné interessante como planta de destaque em cantos de jardim voltados à espiritualidade, proteção ou integração com espécies de uso simbólico. Também é uma excelente opção para projetos de paisagismo com enfoque etnobotânico ou educativo, valorizando saberes tradicionais. A ramagem densa e ramificada, com folhas perenes e floração delicada, a tornam um arbusto não só útil, como ornamental.

 

No contexto urbano, pode ser cultivada em vasos grandes ou jardineiras, desde que bem drenados e posicionados em locais parcialmente sombreados. Ela é considerada uma das ervas importantes do tradicional vaso de sete ervas, que atua como protetor espiritual. Seu cheiro característico também atua como repelente natural, auxiliando no controle de insetos indesejáveis no jardim.

A guiné é uma planta tropical de clima quente e úmido, desenvolvendo-se de forma mais vigorosa sob temperaturas entre 20 °C e 30 °C. Contudo, é bastante rústica e pode tolerar variações térmicas, resistindo a períodos de temperaturas ligeiramente abaixo de 15 °C, desde que não haja geadas intensas ou repetidas.

Embora prefira meia-sombra, também pode ser cultivada a pleno sol, desde que a terra seja mantida úmida. Em áreas mais quentes, o sombreamento parcial ajuda a evitar a perda excessiva de água e o ressecamento das folhas.

Adapta-se a diversos tipos de solo, mas cresce melhor em solos argilosos ou areno-argilosos, ricos em matéria orgânica, bem drenados e levemente ácidos a neutros (pH entre 5,5 e 6,8). Substratos leves, com boa retenção de umidade, como os preparados com húmus de minhocaterra vegetal e areia, favorecem o cultivo em vasos.

Para o plantio direto no solo, recomenda-se revolver bem a terra, incorporar composto orgânico ou húmus, e escolher locais com boa drenagem. As mudas podem ser plantadas em covas de 20 x 20 cm, com espaçamento de 50 a 80 cm entre plantas, permitindo o bom arejamento.

A guiné como bordadura de canteiros. Foto de Dinesh Valke

O cultivo em vasos também é possível e bastante comum em hortas urbanas e quintais. Vasos com mínimo de 25 cm de profundidade são ideais, sempre com furos para drenagem. O substrato pode conter partes iguais de terra vegetal, areia lavada e composto orgânico. As regas devem ser regulares, mantendo o solo levemente úmido, mas nunca encharcado. Em climas secos ou quentes, aumentar a frequência para duas ou três vezes por semana.

A adubação pode ser feita a cada dois meses com composto orgânico, alternando com fertilizantes minerais NPK equilibrados (10-10-10), principalmente durante o crescimento vegetativo. O tutoramento é opcional, mas pode ser útil para plantas cultivadas em locais de vento intenso ou com ramos excessivamente longos e pendentes. O uso de hastes de bambu ou madeira auxilia na sustentação.

Podas de limpeza devem ser feitas para remover folhas e ramos secos, além de controlar o crescimento excessivo da planta. A poda drástica pode estimular brotações vigorosas e facilitar a colheita de folhas frescas, utilizadas medicinalmente.

A colheita das folhas de guiné deve ser feita preferencialmente pela manhã, escolhendo-se as folhas mais desenvolvidas e saudáveis, sempre com auxílio de tesoura limpa para evitar danos à planta. A retirada regular estimula novas brotações e o adensamento dos ramos, sendo possível secar as folhas à sombra para uso posterior em infusões ou preparados fitoterápicos.

A guiné é uma planta considerada resiliente, adaptando-se a ambientes tropicais e subtropicais, com resistência moderada a ventos e a períodos curtos de estiagem. Contudo, não tolera geadas intensas, que podem causar necrose das folhas e até a morte da planta em casos extremos.

Plantada em área sombreada. Foto de IITA

Durante o inverno nas regiões Sul e Sudeste do Brasil, a planta pode reduzir o ritmo de crescimento ou perder parte da folhagem, rebrotando na primavera. Não é indicada para regiões litorâneas, devido à sensibilidade ao sal e ventos salinos.

A Petiveria alliacea possui baixa incidência de pragas, sendo considerada relativamente resistente devido ao seu aroma marcante e propriedades antimicrobianas e repelentes naturais. Porém, pode ser eventualmente atacada por pulgões, cochonilhas ou ácaros, especialmente em ambientes abafados, com pouca ventilação e mal iluminados.

A guiné pode ser propagada tanto por sementes quanto por estacas:

  • Por sementes: A germinação ocorre entre 10 e 20 dias após o plantio, preferencialmente em sementeiras com substrato leve e úmido. Após 20 a 30 dias, as mudas podem ser transplantadas para local definitivo.

  • Por estacas: É a forma mais eficiente e rápida de propagação. Ramos saudáveis, com cerca de 15 a 20 cm de comprimento, devem ser cortados com tesoura esterilizada e plantados diretamente em substrato úmido. O enraizamento ocorre em aproximadamente 2 a 4 semanas.

Monstera-adansonii.jpg
Monstera-adansonii-1.jpg
Monstera_adansonii_Pinterest.jpg

Monstera-de-Adanson

Monstera adansonii

Ficha Técnica

Nome Botânico: 

Monstera adansonii

Sinonímia: Calla dracontium, Calla pertusa, Dracontium pertusum, Monstera imrayana, Monstera jacquinii, Monstera macrophylla, Monstera pertusa, Monstera pinnatifida, Monstera protensa, Monstera seemannii, Philodendron pertusum

Nome Popular: Monstera-de-Adanson

Outros Nomes: Queijo-suíço, Folha-de-macaco

Luminosidade: Luz DifusaSombra

Origem: América Central e InsularAmérica do SulBrasilMéxico

Clima: EquatorialTropical

Ciclo de Vida: Perene

Altura: 3.0 a 3.6 metros

Família: Araceae

Cuidado

Atenção: todas as partes da Monstera adansonii são tóxicas. Elas contém oxalato de cálcio, um forte irritante de mucosas, que pode provocar salivação excessiva, vômitos, edema nas vias aéreas, cegueira, etc. Mantenha longe do alcance de crianças pequenas e animais domésticos.

A Monstera adansonii é uma trepadeira herbácea e tropical de grande valor ornamental, proporcionado por suas folhas brilhantes e perfuradas e que faz grande sucesso como planta de interior. Seu caule pode se comportar como ascendente, reptante ou pendente, a depender das condições que ela tem para crescer. De cada , emite grossas raízes adventícias e aéreas, que tem função absortiva e ajudam a fixar a planta sobre diferentes suportes e substratos. As folhas variam de tamanho, tem formato elíptico a cordiforme, textura ligeiramente espessa e cerosa, com grandes perfurações ovais. É diferente de M. deliciosa que apresenta tanto perfurações internas, como rasgos laterais completos.

A cor das folhas de Monstera adansonii é verde brilhante e elas podem apresentar relevos como se estivessem engomadas, sem alterar seu formato. É comum também confundi-la com a M. obliqua, que apresenta perfurações proporcionalmente maiores em relação às folhas, mas esta ainda é muito rara em cultivo. A hipótese para a utilidade dos furos em Monsteras é a de que eles permitem a passagem do vento e chuva fortes, e dessa forma a planta sofra menos danos em tempestades. Além disso, acredita-se que os furos permitem a passagem da luz, propiciando que as folhas superiores não sombreiem completamente as folhas inferiores.

As inflorescências de M. adansonii são do tipo espádice, com flores diminutas densamente dispostas ao longo de uma raquis cilíndrica, com uma espata de cor branca. O fruto maduro tem reputação de ser comestível, com aroma que lembra o abacaxi, semelhante ao de M. deliciosa. Há muitas variedades e cultivares de Monstera adansonii, algumas de folhas maiores, com mais furos, outras mais entouceiras, umas mais adaptadas ao frio e até mesmo formas variegadas.

Foto de Alex Popovkin

Tanto sobre tutores eretos, onde possa subir, como em cestas pendentes, onde pode derramar sua folhagem, a Monstera adansonii tem um efeito espetacular. Não é à toa que se tornou tão popular nos Urban Jungles, onde figura entre as favoritas dos colecionadores. E apesar de que o uso mais comum dessa espécie seja em ambientes internos, como planta envasada, ela também pode ser aproveitada no paisagismo, se encaixando em diversas situações, como forração em locais sombreados, jardineiras suspensas em varandas, jardins verticais, jardins de inverno e outras situações que exigem plantas de grande apelo tropical, sem necessitar da luz solar direta.

Deve ser cultivada em locais com abundante luz difusa, sem a incidência do sol, como por exemplo, próximo a uma janela de orientação leste. Prefere substratos fibrosos, ricos em matéria orgânica, com pH levemente ácido e mantido úmido. Duas partes de mistura pronta para antúrios ou orquídeas, misturados com uma parte de substrato para vasos e floreiras funcionará bem.

A regas devem ocorrer sempre que o substrato estiver superficialmente seco. A Monstera adansonii é sensível ao encharcamento, portanto, evite manter água no pratinho sob o vaso, deixando que os substrato drene livremente. Folhas marrons e murchas podem ser um sinal de que o substrato está encharcando e é necessário tomar alguma atitude, como troca de vaso, de substrato ou remoção do pratinho. Veja mais sobre no artigo: 8 Causas de folhas com pontas secas e queimadas.


Para a obtenção de folhas maiores e mais perfuradas recomenda-se, além de boas condições de cultivo, o oferecimento de algum suporte para que possa se fixar e ter crescimento ascendente. Plantas com ramos pendentes ou reptantes, tendem a ter folhas menores. A fertilização suave e orgânica é preferível a adubações concentradas. Fertilizantes de liberação controlada também trazem bons resultados. O replantio bienal durante a primavera favorece o desenvolvimento da planta. Não tolera o frio intenso ou geadas, sendo o ideal cultivá-la em temperaturas superiores a 20ºC. Aprecia alta umidade relativa do ar. Para tanto, borrife a planta duas vezes por dia, pela manhã e no início da tarde ou utilize um umidificador elétrico.

Multiplica-se por sementes e mais facilmente por estaquia dos ramos que podem ser enraizados em água ou diretamente no substrato. Corte os segmentos do caule de Monstera adansonii nos entrenós, para que cada nova muda tem um nó para emitir folhas novas e raízes.

Philodendron-xanadu1.jpg
filodendro-xanadu-philodendron-xanadu-1.jpg
Filodendro_xanadu.jpg

Xanadu

Philodendron xanadu

Ficha Técnica

Nome Botânico: 

Philodendron xanadu

Sinonímia: Philodendron 'Winterbourn', Philodendron 'Aussie', Philodendron 'Showboat', Philodendron bipinnatifidum 'Xanadu'

Nome Popular: Xanadu

Outros Nomes: Filodendro-xanadu

Luminosidade: Luz DifusaMeia SombraSombra

Origem: América do SulBrasil

Clima: EquatorialOceânicoSubtropicalTropical

Ciclo de Vida: Perene

Altura: 0.6 a 0.9 metros0.9 a 1.2 metros

Família: Araceae

Cuidado

Planta tóxica. Mantenha fora do alcance de crianças pequenas e filhotes de animais domésticos. Contém sais de oxalato de cálcio que podem provocar irritação nas mucosas.

O xanadu é uma planta herbácea ou subarbustiva, da família dos filodendros. Inicialmente pensava-se que era uma cultivar, resultado de hibridizações com a espécie Philodendron bipinnatifidum, realizado por um viveiro australiano. Este viveiro patenteou e comercializou a espécie por décadas sob o nome de Philodendron ‘Winterbourn’, e depois Philodendron ‘Xanadu’. Mais tarde descobriu-se que a planta era resultado da coleta de sementes no sudeste do Brasil, onde a espécie foi recentemente descoberta e descrita.

O filodendro xanadu diferencia-se da maioria dos filodendros que conhecemos por apresentar crescimento compacto, ao invés de trepador. Ele forma uma pequena moita de até um metro de diâmetro e altura. Seu atrativo principal são as folhas, brilhantes, profundamente lobadas, com nervuras bem marcas e sustentadas por pecíolos eretos e fortes. O caule é marcado pelas cicatrizes das folhas que caíram. Também emite, com o passar do tempo, algumas pequenas raízes aéreas. As inflorescências são do tipo espádice, avermelhadas, e tem pouca importância ornamental.

No paisagismo o xanadu vem se destacando nos últimos anos, por proporcionar uma textura interessante e aspecto tropical luxuriante. Ele vem sendo utilizado com sucesso como forração e bordadura em áreas semi-sombreadas do jardim, como sob a copa das árvores ou ao longo de muros. Seu crescimento é moderado a lento, mas se adapta a uma grande amplitude de luminosidade. Em climas mais frescos e úmidos, como nas áreas litorâneas, é possível vê-lo até mesmo sob sol pleno. Também é uma excelente opção como folhagem para interiores, plantada em vasos e jardineiras.

Deve ser cultivada preferencialmente sob meia sombra ou luz filtrada, em solo fértil, humoso, enriquecido e irrigado frequentemente. Aprecia o calor e a umidade tropicais, mas é capaz de tolerar o frio das regiões subtropicais ou temperadas do sul do Brasil. Suas folhas queimam com geadas, porém a planta rebrota na primavera. Ainda assim convém protegê-la no período frio, pois o rebrote pode retardar o crescimento da planta e alonga o seu caule. Fertilize mensalmente com adubos próprios para folhagens, ricos em nitrogênio. Multiplica-se por divisão da planta e por estaquia. Comercialmente multiplica-se por cultura de tecidos, que nesta espécie em particular, acarreta em uma redução do tamanho adulto da planta.

Dracaena_fragrans.webp

Dracena

Dracaena fragrans

Ficha Técnica

Nome Botânico: 

Dracaena fragrans

Sinonímia: Aletris fragrans, Aloe fragrantissima, Cordyline fragrans, Dracaena deremensis, Pleomele fragrans, Draco fragrans, Dracaena albanensis, Dracaena aureolus, Dracaena broomfieldii, Dracaena butayei, Dracaena deisteliana, Dracaena janssensii, Dracaena latifolia, Dracaena lindenii, Dracaena massangeana, Dracaena smithii, Dracaena steudneri, Dracaena ugandensis, Sansevieria fragrans, Pleomele deremensis, Pleomele smithii, Pleomele ugandensis

Nome Popular: Dracena

Outros Nomes: Dragoeiro, Pau-d'água, Coqueiro-de-vênus, Dracena-deremenis, Cana-agna, Cana-índia, Tronco-do-brasil, Pau-do-brasil

Luminosidade: Luz DifusaMeia SombraSol Pleno

Origem: AngolaCosta do MarfimMoçambiqueSudãoTanzâniaZâmbia

Clima: EquatorialMediterrâneoOceânicoSubtropicalTemperadoTropical

Ciclo de Vida: Perene

Altura: 0.6 a 0.9 metros0.9 a 1.2 metros1.2 a 1.8 metros1.8 a 2.4 metros2.4 a 3.0 metros3.0 a 3.6 metros3.6 a 4.7 metros4.7 a 6.0 metros6.0 a 9.0 metros9.0 a 12 metrosacima de 12 metros

Família: Asparagaceae

Cuidado

Considerada planta tóxica devido à presença de saponinas. Manter fora do alcance de crianças pequenas e animais domésticos.

A Dracaena fragrans, popularmente conhecida como pau-d’água, é uma planta arbustiva de folhagem decorativa, amplamente cultivada em diversas partes do mundo por seu forte apelo tropical e rusticidade em ambientes internos. Originária da África tropical, ela se destaca pela sua longevidade, fácil cultivo e benefícios para a qualidade do ar.

O nome botânico Dracaena fragrans tem raízes tanto no latim quanto no grego antigo. O gênero Dracaena vem do grego “drakaina”, que significa “dragão fêmea”. Já o epíteto específico fragrans é latino e significa “fragrante”, em alusão ao doce perfume das flores dessa planta.

O pau-d’água também conhecido como Dracena dá um tom todo tropical ao jardim ou decoração.

Nas plantas jovens seu tronco geralmente é simples, mas se tiver a brotação apical danificada, ele rapidamente desenvolve novos ramos. As ramificações aumentam após cada floração. Se cultivado no solo, ele pode crescer até 15 metros de altura e atingir 30 cm de diâmetro. As folhas são grandes, brilhantes, lanceoladas e, de acordo com a cultivar, podem ser largas ou estreitas, de cores lisas ou variegadas com listras longitudinais, de margens lisas ou onduladas e em diferentes tonalidades de verde.

Elas surgem em rosetas terminais, com formato que muitas vezes lembra um pompom: as folhas jovens são eretas e centrais e as folhas maiores são recurvadas. Suas inflorescências são do tipo panícula, globosas, e de cor branca a rosada, com intenso perfume adocicado. As flores são bastante atrativas para abelhas e beija-flores. Os frutos que se seguem são bagas lisas, alaranjadas a vermelhas, com várias sementes.

Estudos da NASA comprovaram que a espécie Dracaena fragrans é eficaz na remoção de poluentes internos como formaldeído, xileno, tolueno, tricloroetileno e benzeno, contribuindo para um ambiente mais saudável. Essa característica torna a planta uma excelente opção para escritórios, salas de estar, consultórios e outros espaços fechados. Além da decoração, a Dracaena fragrans é amplamente utilizada no paisagismo devido à sua aparência escultural e versatilidade.

Detalhe das flores de Dracaena fragrans. Foto Canva.

Pode ser cultivada como arbusto isolado, em grupos ou renques, servindo como ponto focal ou compondo maciços, cercas vivas e conjuntos com outras plantas. Em interiores, é comum encontrar plantas envasadas, muitas vezes moldadas por podas de formação, embelezando diversos ambientes. Cultivares populares incluem ‘Compacta’, ‘Janet Craig’, ‘Lemon Lime’ e ‘Sol’, que se destacam pela folhagem colorida e tamanho compacto, sendo ideais para espaços internos.

Segmentos do tronco da Dracaena fragrans podem ser cultivados, mesmo que sem raízes, em vasos com água, prática que originou o nome popular pau-d’água. Nesse método, as folhas devem ser orvalhadas periodicamente com água e algumas gotas de fertilizante líquido. Evite usar água da torneira, que pode conter flúor prejudicial à planta; prefira água de chuva ou mineral. Outra dica interessante é utilizar o pau-d’água em corredores estreitos, aproveitando sua silhueta afunilada que não ocupa muito espaço lateral e oferece privacidade, vedando vistas externas. Quando plantada junto à barléria-roxa (Barleria cristata), que cresce verticalmente até 1,20 metro, cria-se uma composição visual agradável e funcional.

Uma das formas de estimular a ramificação da planta é efetuar a poda de decepa do tronco. Foto Canva.

A Dracaena fragrans não só contribui para a estética do ambiente, mas também oferece benefícios práticos. Seu cultivo é simples e requer pouca manutenção, tornando-a ideal para jardineiros iniciantes ou pessoas com pouco tempo para cuidar de plantas. Além disso, sua capacidade de melhorar a qualidade do ar torna-a uma excelente escolha para ambientes internos, especialmente em áreas urbanas onde a poluição do ar pode ser um problema.

A diversidade de cultivares disponíveis permite que você escolha a Dracaena fragrans que melhor se adapta ao seu espaço e estilo de decoração. As variedades com folhas variegadas, por exemplo, adicionam um toque de cor e interesse visual, enquanto as cultivares mais compactas são perfeitas para espaços menores.

O pau-d’água pode ser cultivado sob sol pleno, meia sombra ou luz difusa. Em ambientes internos, prefere luz indireta a brilhante. É essencial evitar a exposição direta ao sol intenso, pois isso pode causar queimaduras nas folhas. Mantenha o solo ligeiramente úmido, regando quando a superfície estiver seca ao toque. Evite encharcar o solo e, em ambientes internos, certifique-se de que o vaso tenha boa drenagem.

Muito versátil, o pau-d’água vai da casa ao jardim.

A planta prefere solo fértil, bem drenado e enriquecido com matéria orgânica. Pode ser cultivada em diferentes tipos de solo, desde que sejam permeáveis e não retenham excesso de água. Além disso, adapta-se bem a climas tropicais e subtropicais, com temperaturas ideais entre 18°C e 25°C. No entanto, não tolera geadas ou neves e deve ser protegida de correntes de ar frio.

Folhas com as pontas secas são um sinal de que a umidade está muito baixa, aumente a frequencia das regas, reduza o uso do ar condicionado e, se possível, pulverize as folhas com água. Fertilize a planta quinzenalmente na primavera e verão com um fertilizante balanceado para plantas de interior, seguindo as instruções do fabricante para a diluição e aplicação adequadas.

No entanto, é essencial estar atento a alguns problemas que podem afetar a Dracaena fragrans. Ela é suscetível a pragas como cochonilhas e tripes. Para evitar esses problemas, monitore a planta regularmente e, se necessário, trate-a com inseticidas apropriados ou métodos naturais, como a remoção manual das pragas. Além disso, a planta pode ser sensível a ao acúmulo de sais no solo, o que pode causar a queima das pontas das folhas. Nesse caso, recomenda-se regar a planta com água não fluoretada e realizar a lavagem do solo mensalmente para remover o excesso de sais.

O pau-d’água multiplica-se facilmente por estaquia dos ramos ou alporquia. Para isso, corte pedaços do caule com 10 a 20 centímetros de comprimento, deixe secar por uma semana e, em seguida, insira-os em areia úmida até enraizarem. A planta também pode ser multiplicada por alporquia, um método que envolve fazer um corte no caule, removendo uma parte da casca, e envolver com musgo úmido até que as raízes se formem.

muda_de_jasmim_manga_vermelho_90cm_1360_1_e76cd3541fd9e840d92be560445601e8.webp
Jasmim manga.webp

Jasmim-manga

Plumeria rubra

Ficha Técnica

Nome Botânico: 

Plumeria rubra

Nome Popular: Jasmim-manga

Outros Nomes: Árvore-pagode, Frangipane, Jasmim-de-caiena, Jasmim-de-são-josé, Jasmim-do-pará, Plumélia

Luminosidade: Sol Pleno

Origem: América Central e InsularAmérica do NorteAmérica do Sul

Clima: EquatorialOceânicoSubtropicalTropical

Ciclo de Vida: Perene

Altura: 4.7 a 6.0 metros

Família: Apocynaceae

Cuidado

Planta tóxica, não deve ser ingerida.

O jasmim-manga é uma árvore encantadora, seu aspecto exótico e suas flores perfumadas envolvem a todos. Seus caule e ramos são bastante robustos e apresentam uma seiva leitosa e tóxica se ingerida. As folhas são grandes, largas e brilhantes e caem no outono-inverno. A floração inicia-se no fim do inverno e permanece pela primavera, com a sucessiva formação de flores de diversas cores e nuances entre o branco, o amarelo, o rosa, o salmão e o vinho. Está disponível no mercado uma forma variegada da planta.

Devem ser cultivadas à pleno sol, em solo fértil, leve e bem drenado. Não é tolerante ao frio e às geadas. Pode ser cultivada isolada ou em grupos, em amplos espaços, preferencialmente longe de dormitórios devido ao forte perfume. Multiplica-se por estaquia.

monstera-deliciosa-25.jpg
monstera-deliciosa-11.jpg
monstera-deliciosa-19.jpg
monstera-deliciosa-9.jpg

Costela-de-adão

Monstera deliciosa

Ficha Técnica

Nome Botânico: 

Monstera deliciosa

Nome Popular: Costela-de-adão

Outros Nomes: Abacaxi-do-reino, Banana-do-mato, Ceriman, Monstera,

Luminosidade: Luz DifusaLuz FiltradaMeia Sombra

Origem: América Central e InsularAmérica do NorteMéxicoPanamá

Clima: EquatorialSubtropicalTropical

Ciclo de Vida: Perene

Altura: 1.8 a 2.4 metros2.4 a 3.0 metros3.0 a 3.6 metros3.6 a 4.7 metros4.7 a 6.0 metros6.0 a 9.0 metros9.0 a 12 metrosacima de 12 metros

Família: Araceae

Cuidado

A Costela-de-adão é considerada tóxica para humanos e animais domésticos devido à presença de cristais de oxalato de cálcio em todas as partes da planta. A ingestão pode causar irritação oral intensa, dor, edema e dificuldades respiratórias, exigindo atenção imediata em casos de contato ou consumo acidental.

A costela-de-adão (Monstera deliciosa) é uma planta da família Araceae, de folhas grandes e espetaculares, muito ornamentais. Nativa das florestas tropicais do México e da América Central, esta espécie conquistou ampla popularidade como planta ornamental em todo o mundo, especialmente em ambientes internos e jardins tropicais. Sua folhagem exuberante, marcada por recortes profundos e perfurações naturais, tornou-se ícone no design de interiores, paisagismo e na cultura visual contemporânea, sendo frequentemente associada a conceitos de sofisticação, frescor e exuberância natural. A adaptabilidade a diferentes níveis de luminosidade, aliada ao seu crescimento vigoroso e à baixa exigência de manutenção, contribui para o seu valor como uma das plantas ornamentais mais desejadas tanto por amadores quanto por profissionais do paisagismo.

O gênero Monstera deriva do latim “monstrum”, significando “monstro” ou “maravilha”, numa referência às formas incomuns e dramáticas das folhas recortadas e perfuradas dessas plantas. A escolha do nome remonta a uma tradição botânica de nomear espécies da família Araceae com termos que evocam criaturas mitológicas, como dragões e serpentes, dado o aspecto exótico de suas morfologias. O epíteto específico deliciosa refere-se ao sabor agradável de seu fruto maduro, altamente apreciado por seu paladar que lembra uma mistura de abacaxi e banana.

A costela-de-adão é uma trepadeira perene e robusta, de textura semi-lenhosa a herbácea, com crescimento vigoroso. Em seu habitat natural, pode atingir de 10 a 20 metros de altura, aderindo aos troncos das árvores por meio de raízes adventícias espessas e longas, que se desenvolvem a partir dos nós do caule. Essas raízes aéreas têm função tanto de fixação quanto de absorção de umidade e nutrientes. O caule principal é espesso, cilíndrico e verde-claro, tornando-se mais lignificado com a idade. Apresenta nós proeminentes de onde emergem folhas e raízes aéreas.

Ela virou a queridinha do movimento Urban Jungle.

O crescimento é predominantemente vertical, mas na ausência de suporte adequado, pode assumir hábito rasteiro. Os ramos são alternados e flexíveis na juventude, tornando-se mais rígidos com o tempo. As folhas são o elemento mais notável da espécie: grandes, coriáceas, brilhantes e de cor verde-escura, com pecíolos que podem medir até 60 centímetros de comprimento. O pecíolo é robusto, cilíndrico, provido de uma genícula basal flexível que permite a orientação das folhas em direção à luminosidade.

As folhas podem atingir de 25 a 90 centímetros de comprimento e de 25 a 75 centímetros de largura, dependendo das condições de cultivo e da maturidade da planta. A lâmina foliar é profundamente recortada e perfurada, um traço adaptativo que favorece a resistência a ventos fortes e o aproveitamento de luz difusa sob o dossel florestal. As folhas jovens são inteiras e sem perfurações, enquanto as folhas maduras exibem o padrão característico de recortes e fenestrações.

inflorescência da Monstera deliciosa é típica da família Araceae, consistindo em uma espádice envolta por uma espata. Trata-se de uma espécie monóica, apresentando flores masculinas e femininas na mesma inflorescência, dispostas sequencialmente ao longo do espádice. As flores femininas localizam-se na porção inferior, enquanto as masculinas ocupam a parte superior. A floração ocorre principalmente na primavera e no verão, embora seja rara em cultivos internos. O espádice é cilíndrico, podendo atingir até 25 centímetros de comprimento, de coloração branco-esverdeada, envolto por uma espata carnosa, inicialmente branca e depois amarelada com a maturação.

Detalhe do caule trepador com fortes raízes adventícias.

polinização da Costela-de-adão é favorecida pela termogênese floral, um processo em que o espádice aquece acima da temperatura ambiente devido à intensa atividade metabólica. Esse aquecimento volatiliza compostos aromáticos presentes nas flores, intensificando o cheiro liberado e atraindo polinizadores, principalmente besouros. O calor e o aroma simulam um ambiente seguro para esses insetos, aumentando as chances de visitação e polinização. Além disso, como as flores femininas amadurecem antes das masculinas no mesmo espádice, o mecanismo de protoginia favorece a polinização cruzada.

Popularmente conhecido como “ceriman” ou “banana-do-mato”, o fruto da costela-de-adão é um sorose alongado, composto pela fusão dos frutos individuais de cada flor. Quando maduro, o fruto apresenta uma coloração verde-clara, recoberto por pequenas escamas hexagonais que se desprendem à medida que amadurece. Ele é comestível, mas seu consumo só é seguro quando completamente maduro.

Durante o processo de maturação, ele passa por mudanças bastante peculiares: inicialmente rígido e coberto por uma casca formada por escamas hexagonais, o fruto amadurece de forma gradual, de baixo para cima. Quando chega à maturidade, as escamas se soltam espontaneamente, revelando uma polpa cremosa e suculenta, de coloração esbranquiçada.

Detalhe da inflorescência.

O sabor do fruto é descrito como uma combinação complexa de aromas e sabores de frutas tropicais. Degustadores relatam notas predominantes de abacaxi, banana e manga, entrelaçadas com toques sutis de coco e morango. A doçura é intensa, com uma acidez equilibrada que torna o consumo fresco extremamente agradável. Sua textura é macia, semelhante à da banana madura, mas ainda suculenta, favorecendo o uso em sobremesas, smoothies e preparações exóticas.

Entretanto, é fundamental destacar que os frutos ainda imaturos da Costela-de-adão são tóxicos devido à presença de cristais microscópicos de oxalato de cálcio, que podem causar irritação severa na boca, língua, garganta e trato digestivo. Por isso, o fruto jamais deve ser consumido quando verde, e sua preparação envolve paciência e cuidado, respeitando seu processo natural de liberação das escamas. Em ambientes tropicais, a maturação do ceriman pode levar até um ano após a floração.

As sementes são pequenas, arredondadas e de cor marrom, imersas na polpa comestível. Em ambientes internos, a produção de frutos é extremamente rara devido à ausência de condições ideais de luminosidade, umidade e presença de polinizadores.

Fruto maduro da Monstera deliciosa.

Com o enorme sucesso da Costela-de-adão, impulsionado especialmente pela demanda de colecionadores e influenciadores por plantas de interior únicas e esteticamente marcantes, diversas cultivares foram desenvolvidas para atender ao crescente interesse por exemplares diferenciados e raros. Conheça algumas das mais populares cultivares e variedades:

  • Monstera deliciosa ‘Albo Variegata’: Esta cultivar é conhecida por suas folhas com variegações brancas ou creme, resultantes de uma mutação genética espontânea. A variação pode se manifestar em padrões marmorizados ou em grandes áreas brancas nas folhas. Devido à ausência de clorofila nas áreas variegadas, a planta requer luz indireta intensa para realizar a fotossíntese de forma eficiente.​

  • Monstera deliciosa ‘Thai Constellation’: Desenvolvida por meio de cultura de tecidos em laboratório na Tailândia, esta cultivar apresenta variegações cremosas em padrões que lembram constelações. Ao contrário da ‘Albo Variegata’, a ‘Thai Constellation’ possui uma variegação mais estável, sendo menos propensa a reverter para folhas totalmente verdes.​

  • Monstera deliciosa ‘Aurea Variegata’: Caracteriza-se por variegações amarelas ou douradas nas folhas. A intensidade e o padrão da variegação podem variar, e algumas folhas podem apresentar áreas completamente amarelas. Assim como outras variedades variegadas, requer cuidados específicos para manter sua saúde e aparência.​

  • Monstera deliciosa ‘Mint Variegata’: Esta rara cultivar exibe uma variegação em tons de verde-claro ou menta, resultante de uma mutação que afeta a produção de clorofila. As folhas apresentam um padrão sutil e elegante, sendo altamente valorizadas por colecionadores.​ A variegação do tipo ‘Mint’ pode aparecer tanto em áreas despigmentadas, quanto em áreas verdes da planta.

  • Monstera deliciosa Sport: Esta terminologia refere-se a plantas que desenvolveram mutações e variegações espontâneas, com padrões de variegação que podem ser imprevisíveis e instáveis (podendo retornar ao verde típico da espécie), tornando cada exemplar único.​ Para a criação de uma cultivar estável é preciso um grande trabalho de cultivo e seleção genética nos exemplares que apresentam mutações.

  • Monstera deliciosa var borsigiana: Embora frequentemente confundida com a Monstera deliciosa padrão, a borsigiana é uma variedade menor, com crescimento mais rápido e entrenós mais curtos. Algumas cultivares variegadas, como a ‘Albo Borsigiana’, são baseadas nesta variedade.

A Monstera deliciosa ‘White Monster’ é uma variedade rara e altamente valorizada devido à sua intensa variegação branca. Essa forma apresenta folhas com setores amplamente despigmentados, assim como algumas folhas completamente sem clorofila, criando um contraste dramático com áreas verdes. Contudo, é importante esclarecer que plantas de Monstera deliciosa com folhas totalmente brancas não são viáveis a longo prazo, pois a ausência completa de clorofila impede a fotossíntese, e tem um custo energético para a planta.

Infelizmente, muitos entusiastas desavisados acabam sendo vítimas de golpes, adquirindo mudas supostamente “100% brancas” que, na grande maioria das vezes, não sobrevivem, sendo incapazes de enraizar ou crescer. Mesmo exemplares legítimos de ‘White Monster’ exigem cuidados específicos para manter a saúde e a variegação equilibrada.

Monstera deliciosa ‘Albo Variegata’

No paisagismo, a Monstera deliciosa é frequentemente utilizada para criar ambientes tropicais exuberantes em jardins externos. Sua presença é marcante em áreas sombreadas, sob copas de árvores ou em locais de meia-sombra, onde suas folhas fenestradas e volumosas proporcionam um efeito visual dramático e de alta textura. É importante levar em consideração seu tamanho adulto, e localizá-lo em ambientes que possam comportar sua escala avantajada de forma proporcional.

Devido ao seu hábito de crescimento escalador e ao vigor de suas raízes aéreas, ela é comumente plantada junto a suportes naturais como troncos de árvores, pérgolas ou estruturas de bambu. Em projetos de paisagismo tropical, a Costela-de-adão é empregada para criar “paredes verdes” vivas ou para adicionar profundidade a canteiros sombreados, compondo harmoniosamente com espécies como Philodendron, Calathea e Alocasia.

Na decoração de interiores, a Costela-de-adão alcançou um status icônico, particularmente impulsionada pelo movimento Urban Jungle, que promove a integração intensiva de plantas nos espaços urbanos internos. A estética arquitetônica de suas folhas grandes, perfuradas e profundamente recortadas se tornou símbolo de um estilo de vida mais próximo da natureza, servindo como peça central em salas de estar, escritórios, estúdios de criação e até espaços comerciais como cafeterias e boutiques. A Monstera deliciosa é altamente apreciada por sua habilidade de transformar ambientes internos, criando atmosferas vibrantes, relaxantes e organicamente sofisticadas.

Monstera deliciosa ‘Thai Constellation’

Sua manutenção relativamente simples — exigindo luz indireta brilhante, regas moderadas e substratos bem drenáveis — facilita seu cultivo por entusiastas iniciantes e colecionadores experientes. As tendências de design de interiores escandinavo, boho e mid-century modern frequentemente incorporam a Monstera deliciosa devido à sua expressão visual escultórica e à versatilidade de suas formas, que se harmonizam tanto com móveis de linhas retas quanto com composições mais orgânicas.

A influência do movimento Urban Jungle incentivou a disseminação de cultivares variegadas da Monstera deliciosa, como a ‘Albo Variegata’ e a ‘Thai Constellation’, que hoje figuram como peças altamente desejadas em coleções de plantas de interiores de alto padrão. Além disso, a popularização da planta nas redes sociais e em publicações de design impulsionou sua inclusão em catálogos de tendências decorativas, consolidando ainda mais seu status como planta símbolo do verde urbano contemporâneo.

A Costela-de-adão prefere luz indireta brilhante, típica do sub-bosque tropical, onde a luz filtrada atravessa as copas densas das árvores. Embora tolere sombra parcial, o excesso de sombra pode limitar o desenvolvimento das fenestrações nas folhas. A exposição direta e intensa ao sol deve ser evitada, pois pode causar queimaduras foliares. Em ambientes internos, a Monstera deliciosa adapta-se bem sob luz artificial suplementar, desde que de alta intensidade e espectro adequado.

clima ideal para a Costela-de-adão é tropical ou subtropical úmido. A temperatura ótima de crescimento situa-se entre 20 °C e 30 °C. Temperaturas abaixo de 10 °C desaceleram significativamente seu metabolismo, podendo causar danos nas folhas ou morte da planta em exposições prolongadas. Abaixo de 0 °C, a espécie não sobrevive em condições naturais. A umidade relativa do ar elevada, entre 60% e 80%, favorece o desenvolvimento saudável da planta.

Uma planta vigorosa para o jardim.

Para cultivo em jardins, a Monstera deliciosa exige solos bem drenados, férteis e ricos em matéria orgânica. O pH ideal situa-se entre 5,5 e 7,0. Em vasos, o substrato recomendado deve ser leve, aerado e de alta capacidade de retenção de umidade. Uma sugestão eficiente de substrato inclui uma mistura de terra vegetal, fibra de coco, perlita e húmus de minhoca.

O plantio da Costela-de-adão em jardins deve ocorrer preferencialmente no início da primavera, assegurando temperaturas amenas e aumento gradual da luminosidade. As regas devem ser regulares, permitindo que o substrato seque levemente entre irrigações.

Em regiões de clima muito úmido, é necessário reduzir a frequência para evitar fungos. A adubação deve ser equilibrada, utilizando-se fertilizantes NPK de liberação lenta ou líquidos, com reforço de macro e micronutrientes a cada 45 dias durante o período de crescimento ativo. A falta de adubação pode resultar em folhas menores e crescimento limitado.

tutoramento é essencial para exemplares cultivados no solo e em vasos, visto que a Monstera deliciosa é uma trepadeira natural. O uso de estacas cobertas de fibra de coco, ou suportes similares, permite que as raízes aéreas se fixem adequadamente. A poda deve ser realizada para controle de tamanho, retirada de folhas danificadas e estimulo de ramificações laterais. Cortes limpos com ferramentas esterilizadas evitam a introdução de patógenos.

O impacto visual em ambientes internos é garantido.

A manutenção regular inclui limpeza das folhas com pano úmido para remover poeira, inspeção periódica de pragas e reposição do substrato superficial anualmente. Em ambientes externos, a cobertura morta (mulching) pode ser usada ao redor da base da planta para conservar a umidade do solo, a fertilidade e suprimir plantas daninhas.

O cultivo da Costela-de-adão em interiores demanda atenção às condições de luz e umidade. Recomenda-se posicionar a planta próxima a janelas voltadas para leste ou oeste, com luz filtrada. Caso a iluminação natural seja insuficiente, lâmpadas de crescimento específicas para plantas devem ser utilizadas.

A temperatura deve ser mantida constante, evitando correntes de ar frio ou aquecimento excessivo. A umidificação do ambiente por meio de umidificadores ou bandejas com água é aconselhável para simular as condições da floresta tropical. Pela mesma razão devem ser evitados os ambientes com ar condicionado. Vasos devem ter bom espaço para as raízes e boa drenagem, e a rega deve ser profunda, de modo a molhar bem o substrato, mas aguardando que esteja superficialmente seco antes da próxima rega.

A Monstera deliciosa apresenta moderada tolerância a ventos desde que protegida, mas é extremamente sensível a geadas e temperaturas frias prolongadas. Sua resistência à seca é limitada; períodos longos sem rega resultam em folhas amareladas, murchas e crescimento estagnado. Não é indicada para regiões com salinidade elevada ou maritimidade intensa, pois a salinização do solo prejudica suas raízes.

Evite tocar as partes variegadas das folhas, pois elas são sensíveis e podem amarelar e secar devido ao manuseio.

Como a planta contém oxalato de cálcio em todas as suas partes, ela é pouco atrativa a herbívoros, embora possa sofrer danos ocasionais de lagartas e caracóis em áreas abertas. Quanto às pragas, os principais problemas incluem cochonilhas, ácaros e pulgões, especialmente em ambientes internos ou condições de baixa ventilação. Doenças fúngicas como a podridão de raiz e a mancha foliar podem ocorrer em substratos excessivamente úmidos ou que estejam compactados e velhos.

propagação da Costela-de-adão é mais eficaz por meio de estacas de caule contendo pelo menos um  com raiz aérea. O processo envolve o corte de um segmento saudável, a imersão do nó em substrato úmido ou água até o enraizamento, e posterior transplante para solo definitivo. A semeadura de sementes frescas também é viável, mas é um método menos utilizado devido ao tempo prolongado até a obtenção de plantas adultas.

alporquia é uma técnica também altamente eficaz e segura, especialmente indicada para plantas adultas ou exemplares que atingiram dimensões excessivas em ambientes internos. O método consiste em estimular o enraizamento de uma porção do caule ainda ligada à planta-mãe, geralmente envolvendo um nó com raiz aérea em um substrato úmido, como musgo esfagno, até o desenvolvimento de raízes suficientes para o corte e transplante.

Entre suas principais vantagens está a obtenção de plantas geneticamente idênticas,  que preservam a variegação, com elevada taxa de sucesso e estabelecimento rápido após o enraizamento. Além disso, a alporquia permite a renovação de espécimes antigos ou muito grandes, oferecendo uma alternativa prática para reduzir o volume da planta sem perder características ornamentais desejáveis. Dessa forma, o procedimento, apesar de um pouco lento, viabiliza a manutenção estética da Monstera deliciosa em interiores, adaptando o porte da planta às dimensões limitadas dos espaços internos, sem necessidade de substituição completa.

bottom of page